Saia e Gravata

Cada vez me vai irritando mais o Natal. Não é neste Natal que acredito (e pelas sondagens televisivas, nem a maior parte das pessoas). Mas isso não as impede de serem completamente anti-humanas mesmo no Natal (ao menos podiam não fazer falsas benevolências que mais acalmam o espírito do pecador do que fazem a diferença tantas vezes menosprezada de uma gota de água no oceano).
Fui tomar café... Dia de Natal, não sei se estão a ver, tudo fechado. Ok, sem stress, para isso servem as estações de serviço: combustível para o carro e para os cafeinómanos como eu...
Milhentas pessoas (passo o exagero).
O tipo à minha frente a resmungar porque não havia chávenas, o café era servido em copinhos de plástico. Mas era servido, certo? Estava alguém lá a trabalhar no dia 25 de Dezembro, em que todas as lojas fecham porque todos temos direito a ter um Natal com os nossos (amigos/ familiares/ amantes/ etc., não interessa para o caso). Que diferença faz o copo de plástico?
Mas ainda não acabou...
A mulher que entrou atrás de mim resolveu fazer-me um voo rasante em direcção à caixa onde se pede o café. Daquelas senhoras tias muito tias, pano branco onde cai a nódoa (e no branco nota-se mais). Obviamente que o meu quarto de século nas pernas foi mais rápido do que os séculos dela, e cheguei lá primeiro... E não é que ela se faz de desentendida e me passa descaradamente à frente. Como estava acompanhada de senhores panos e de paninhos pequenos, pensou (pensou?) que eu, numa de atitude amorosa e natalícia, não lhe diria nada.
Ledo engano.
Não me importo de ceder passagem (no trânsito, no supermercado, no metro, onde for) desde que haja um entendimento mútuo sobre regras de cedência e boa educação. Não era o caso.
A mulher ficou borbulhante de fúria (fula, tipo o óleo). "Francamente, francamente"

Francamente digo eu!
Prendas, prendinhas e prendões para quê? Para nos esgatanharmos nesta sociedade por uma bica? Por um copinho de plástico?
O que andamos nós a fazer? A melhor prenda que eu dou sou eu mesma. E quam não é digno de a entender, não é digno das prendas que se desembrulham com fita brilhante. Essas são as menores, as que se dão porque sim...
E portanto, esta é a minha reflexão natalícia cada vez com menos anjinhos e renas de nariz vermelho, mas cada vez com mais esperança - foi essa a prenda que me deram!

Feliz Natal ...

Como devem saber, foi executado "Tookie", um condenado à pena de morte em 1981 por quádruplo homicídio. Obviamente, reporto-me à política dos EUS, concretamente efectuada e apoiada por Arnold "Conan" Schwarzenegger, no estado da Califórnia.
Estamos a falar de alguém que cometeu, sem dúvida, um crime hediondo.
Pensem... nunca se arrependeram de nada que tenham feito há mais de 20 anos?! Estive a ler os comentários do artigo no Expresso e deparei-me com escritos do tipo "É bem feito a esse preto atrasado mental". Onde é que vamos parar? Se um jornal reputado como o é o Expresso se permite a admitir comentários destes, onde está o civismo da nossa suposta avançada sociedade ocidental?
Não é a pena de morte administrada com tanto atraso a uma pessoa que efectivamente matou, apesar de se ter arrependido, que quero comentar. É a nossa mentalidade mesquinha, estúpida e estupidificante...
Expresso, esperava mais de ti!

"Um dia, a rosa encontrou a couve-flor e disse: Que petulância chamarem - te de Flor! Vê a tua pele é áspera e a minha lisa e sedosa. Vê o teu cheiro desagradável e meu perfume sensual e envolvente. Vê o teu corpo grosseiro e o meu delicado e elegante... Eu, sim, sou uma flor! E a couve-flor respondeu:Querida....o que adianta ser tão linda se ninguém te come?"

Aprendamos!

É tão bom fazer compras estúpidas de Natal!
Quem iria acreditar? Depois de ter feito anos e continuar a parecer 10 anos mais nova (tirando a ruga de expressão do lado esquerdo da cara, mas essa já não desaparece) fui hoje às compras... Entrei numa loja daquelas onde se vestem as teenagers de agora, mais altas e magras do que eu, porque agora a espécie humana é alimentada com qualquer produto especial e uma dose de novelas açucaradas, mas light, e, eis o meu espanto...
Depois de ter comido, na última semana, bolo de chocolate, mousse de chocolate, mousse de chocolate, mousse de chocolate, mousse de chocolate, bolo de chocolate, bolo de chocolate com suspiro (em jantar de anos, jantar de anos, jantar de anos, jantar de anos, e jantar de Natal, por esta mesmíssima ordem), fui provar umas calças das tais adolescentes... e entrei no número abaixo do meu! Deus do Céu, Pai Natal, Pinheiro Verdinho! Que é isto?! Claro que podiam também ter dado mais uns centímetros à ex-aniversariante, que era só o que fica a faltar para as ditas calças me ficarem a matar!
Conclusão lógica e objectiva: até já se mexe nos números das etiquetas para que o público feminino fique mais feliz e disposto a comprar.
É isso e os iogurtes "sacia plus"... Onde vamos parar... na roupa para bebés?
Feliz Natal, gordinhas, magrinhas, altinhas e baixinhas!