domingo, dezembro 25, 2005

 

Depressão Natalícia

Cada vez me vai irritando mais o Natal. Não é neste Natal que acredito (e pelas sondagens televisivas, nem a maior parte das pessoas). Mas isso não as impede de serem completamente anti-humanas mesmo no Natal (ao menos podiam não fazer falsas benevolências que mais acalmam o espírito do pecador do que fazem a diferença tantas vezes menosprezada de uma gota de água no oceano).
Fui tomar café... Dia de Natal, não sei se estão a ver, tudo fechado. Ok, sem stress, para isso servem as estações de serviço: combustível para o carro e para os cafeinómanos como eu...
Milhentas pessoas (passo o exagero).
O tipo à minha frente a resmungar porque não havia chávenas, o café era servido em copinhos de plástico. Mas era servido, certo? Estava alguém lá a trabalhar no dia 25 de Dezembro, em que todas as lojas fecham porque todos temos direito a ter um Natal com os nossos (amigos/ familiares/ amantes/ etc., não interessa para o caso). Que diferença faz o copo de plástico?
Mas ainda não acabou...
A mulher que entrou atrás de mim resolveu fazer-me um voo rasante em direcção à caixa onde se pede o café. Daquelas senhoras tias muito tias, pano branco onde cai a nódoa (e no branco nota-se mais). Obviamente que o meu quarto de século nas pernas foi mais rápido do que os séculos dela, e cheguei lá primeiro... E não é que ela se faz de desentendida e me passa descaradamente à frente. Como estava acompanhada de senhores panos e de paninhos pequenos, pensou (pensou?) que eu, numa de atitude amorosa e natalícia, não lhe diria nada.
Ledo engano.
Não me importo de ceder passagem (no trânsito, no supermercado, no metro, onde for) desde que haja um entendimento mútuo sobre regras de cedência e boa educação. Não era o caso.
A mulher ficou borbulhante de fúria (fula, tipo o óleo). "Francamente, francamente"

Francamente digo eu!
Prendas, prendinhas e prendões para quê? Para nos esgatanharmos nesta sociedade por uma bica? Por um copinho de plástico?
O que andamos nós a fazer? A melhor prenda que eu dou sou eu mesma. E quam não é digno de a entender, não é digno das prendas que se desembrulham com fita brilhante. Essas são as menores, as que se dão porque sim...
E portanto, esta é a minha reflexão natalícia cada vez com menos anjinhos e renas de nariz vermelho, mas cada vez com mais esperança - foi essa a prenda que me deram!

Feliz Natal ...

Comments: Enviar um comentário

<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?