Saia e Gravata

Neve!
Bom, também não é assim tão rara, mas aqui em Lisboa é!
Pareciam todos crianças, a pular no meio da rua, os mais velhos todos saudosos porque há muito tempo que não viam tal coisa, os mais novos pasmados porque, de facto, "neve" e "Lisboa" não é uma conjugação muito frequente.
Fiquei feliz. Dizem que está frio... eu devo ter o sangue muito quente, porque nem tenho tido frio, mas hoje o meu nariz congelou enquanto pus a cabeça de fora da janela.
Não vi fazer como nos filmes, bonecos de neve com cenouras espetadas e chapéus e botões a fazer de adorno.
Mas ohhh ... foi neve de pouca dura! Todos para dentro, para o quentinho, a cidade já não tem mais nada para ver!

Estranho ser a morte a juntar pessoas...
Fui ao velório do pai de um amigo muito muito muito próximo. Por acaso, ou talvez não, este meu amigo é primo de outra pessoa que também me diz muito. Foi o meu primeiro e terceiro namorado, e enfim, mulher que se preze não esquece bons momentos.
A minha história com este rapaz é curiosa. Mesmo depois de termos decidido afastar-nos, volta e meia encontrávamo-nos via primo e melhor amigo de cada um de nós. E sempre foi um ambiente estranho, muito íntimo sem nada de mais acontecer. Olhares, sorrisos cúmplices, mas afastados, porque outras pessoas coloriam a nossa vida, e ainda bem, pensávamos.
Exorcizei isto de mim há muito tempo, mas hoje foi um choque. Foi um roçar de mãos leve, muito leve, mas electrizante, um olhar meio tímido, um nada que se fez tudo.
Mas que raio de merda é esta? O gajo com a namorada lá e toda a gente a pensar que EU era a namorada, e por breves momentos eu a querer que assim fosse? Que estupidez, já provei, é bom, mas fora de tempo.
Disse-me quando me fui despedir "Quando quiseres jantar...". Franzo o sobrolho sem se notar. Não comunicamos muito, eu e este meu ex. Acho que é o amor da minha vida que nunca vai ser meu (outra vez).
Vi no blog do Bruno Nogueira: "Hoje vi-te e esqueci-me de respirar".
Subscrevo.

Sexta feira 13. É assim que acontece quando o dia 1 calha a um domingo... Na Antena 3 contam-se histórias de sorte e azar, como seria de prever. Esquecem-se do carácter histórico: foi a uma sexta 13 de Outubro (ano qualquer coisa que me foge neste momento) que foi ordenada a matança dos Templários. E assim ficou marcado o dia de azar...

Escadas, espelhos partidos, bater na madeira, o Diabo seja cego, surdo e mudo, Deus me livre, vira para lá essa boca, gato preto (não branco, mas esse nem de sorte é prenúncio) e assim se confirmam as nossas crenças mais enraízadas. O mais céptico dirá que não, mas duvidará... O não tão céptico dirá que duvida e acreditará... Todos os outros dirão que acreditam...

Eu? Conformo-me à dúvida crente que controlo e não controlo o meu dia 13, 14, 15 e 16. Os outros são meus!